Quatro principais emergências do Rio não têm mais vagas de UTI disponíveis


As principais emergências do Rio estão sem vagas disponíveis em meio à pandemia do novo coronavírus. Os hospitais Albert Schweitzer, Salgado Filho, Souza Aguiar e Miguel Couto estão com 117 leitos de UTI ocupados.


No hospital Ronaldo Gazolla, referência no combate à Covid-19, dos 55 leitos disponíveis, só dois estão livres, mas só poderão ser ocupados por quem já estiver na unidade.

 

Na quinta-feira (16), a ocupação do hospital já estava em 93%. A prefeitura prometeu inaugurar mais 10 leitos de UTI ainda nesta sexta.

 

Nos hospitais Carlos Chagas e Getúlio Vargas, da rede estadual, a situação é ainda pior. Todos os leitos estão ocupados.

 

O quadro se repete no Instituto do Cérebro e no hospital de Anchieta, na Zona Norte: são mais 81 vagas ocupadas.

No hospital Universitário Pedro Ernesto, apenas quatro dos 19 leitos estão disponíveis. Assim como no hospital Ronaldo Gazolla, só poderão ser ocupados por quem já está na unidade.

 

Família tenta trazer corpo
A família da técnica de enfermagem Anita Viana, de 63 anos, vive o drama de tentar trazer o corpo da profissional que trabalhava no hospital municipal Ronaldo Gazolla e morreu nesta quinta-feira (16).

Quando sentiu os primeiros sintomas, Anita pediu ajuda aos colegas do hospital.
“Alguém sabe se aí no Gazolla estão fazendo esse teste rápido? Pelo amor de Deus, eu preciso fazer esse teste“, relatou em áudio obtido pelo RJ1.

 

Com sintomas da doença, ela foi afastada por sete dias. O quadro piorou e ela foi levada para a UPA de Bangu, na Zona Oeste, onde o resultado do teste para a Covid-19 foi positivo. Ela tentou vaga no Ronaldo Gazolla, mas sem sucesso, e foi levada para o hospital Zilda Arns, em Volta Redonda, no sul do Estado.

A familia tentou notícias, mas não conseguiu. “ Só que nenhum momento, mesmo eu me identificando como médica e meu esposo se identificando como médico e familiares da Anita… Nós não conseguimos falar com ninguém“, contou Luziney, sobrinha de Anita.

Então, ela recebeu uma ligação do hospital às 17h de quinta. “Então antevi a conclusão. Anita veio a óbito“.

A família está fazendo um financiamento coletivo para pagar R$ 1,7 mil e conseguir trazer o corpo de Volta Redonda para o Rio de Janeiro.

A secretaria municipal de Saúde disse que “se solidariza com a família da técnica de enfermagem Anita de Souza neste momento de dor” e que “o Serviço Social do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla está prestando assistência à família e os custos do traslado do corpo e sepultamento serão cobertos pela empresa pública RioSaúde, gestora da unidade”.

A secretaria disse que trabalha para ampliar os testes para detectar a presença do coronavírus ou de anticorpos contra ele entre os seus profissionais de saúde. No Ronaldo Gazolla, cerca de 300 profissionais foram testados em uma campanha organizada por empresários, que doaram 5 mil testes para a rede municipal.

Sobre o questionamento de vagas no hospital para internação dos profissionais que lá trabalham, a secretaria diz que a transferência para ocupar um leito no hospital de referência obedece critérios clínicos definidos pela central unificada de regulação.

Com relação a casos em que a família do falecido não tenha condições financeiras (há que se comprovar a hipossuficiência) para arcar com o translado e o sepultamento, o órgão diz que um parente já de posse do atestado de óbito emitido pelo SAMU ou médico do hospital, vai ao cartório com o atestado de óbito e os documentos do falecido para registrar o ocorrido e, após esse procedimento, a pessoa tem que ir ao cemitério de sua escolha para solicitar a gratuidade. A partir daí, a Concessionária envia a funerária para buscar o corpo, fornece a urna (caixão) para realizar o sepultamento. Vale lembrar, que todos os cartórios estão funcionando em esquema de plantão das 10h às 14h.

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