OAB-RJ denuncia golpe em nome de advogados sobre indenizações a receber na Justiça


Criminosos com acesso a processos fingem trabalhar para escritórios de advocacia e pedem um adiantamento a fim de liberar o pagamento de precatórios.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) denunciou um golpe em que criminosos fingem ser advogados para tirar dinheiro de quem tem indenizações a receber na Justiça.

 

Pelo menos 30 advogados foram alvo nos últimos seis meses dos estelionatários. Segundo a OAB, os bandidos têm acesso a todos os dados da vítima e do representante legal dela.

 

O golpe é por telefone ou por mensagem, em que o perfil copia informações do escritório de advocacia que atende o autor do processo. O ladrão diz trabalhar com o advogado da vítima e afirma que um precatório está para sair, e que um “adiantamento” faria o processo correr.

 

“Entraram em contato com alguns clientes através do WhatsApp e, nessas conversas, disseram que seria necessária uma transferência de um valor pra que o precatório saísse mais rápido”, disse Carolina Patitucci, presidente da OAB de Volta Redonda.

 

“Uma das nossas clientes desconfiou e me mandou mensagem. Fica o alerta: não faça nenhuma transferência a pedido desses apps de mensagem. Procurem sempre pessoalmente seu advogado ou sua advogada”, avisou.

 

Túlio Fiori também diz ter sido alvo do bando.

“Essa quadrilha pratica um golpe de uma maneira muito sofisticada. Eles têm acesso ao nome completo dos clientes, onde os processos tramitam e o nome da parte contrária. Um contato se passando por minha secretária notificou dezenas de clientes meus tentando convencê-los ao recolhimento de custas para liberação de processos”, narrou.

 

Há registros de vítimas que chegaram a perder R$ 5 mil, segundo a OAB.

“O mais estranho é eles conseguirem o contato do cliente. O processo é público, mas os telefones dos autores, não”, destacou a advogada Juliana Carvalho.

 

Marcello Oliveira, diretor da Comissão de Prerrogativas da OAB-RJ, reclamou de não ter resposta das autoridades sobre o golpe.

 

“Não entendemos como esses crimes estão se perpetuando. Estive na DRCI [Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática] e na Secretaria de Polícia para conversar com as autoridades e não tivemos uma resposta sobre quem está praticando e porque tanta frequência”, afirmou.

 

A Polícia Civil disse que ouviu vítimas e que investiga o caso.

 

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