Deputados Wladimir e Marcão projetam cenário econômico do pós-pandemia


Com as perspetivas de vacinas apenas para dezembro e janeiro pode parecer que vamos falar de algo distante, mas entender, planejar e executar ações agora são a chave para sair com menos sequelas da pandemia do Covid-19, pois sem sequelas não sairemos de forma alguma, então precisamos mitiga-las para que o povo sofra pelo menor tempo possível.

Vou me ater a falar de ações em âmbito nacional, pois serão as medidas adotadas pelo Congresso e União que servirão para estados e municípios atacarem seus problemas no pós-pandemia.

 

Precisamos urgente debater e aprovar no segundo semestre as reformas administrativa e tributária. A primeira, precisa ser mais profunda do que já vinha se desenhando, ou praticamente todos os entes federativos não fecharão suas contas, devido ao tamanho da máquina pública.

 

Já a segunda, a tributária, precisa ser progressiva, tirando impostos indiretos sobre o consumo, que ataca a classe média, e elevar as alíquotas para grandes fortunas e dividendos empresariais. Sim, alguém tem que pagar a conta e tem que ser no topo da pirâmide.

 

Feitas essas duas reformas o Brasil precisa decidir sobre o que realmente quer propor sobre o pacto federativo, não dá mais para ir recursos ficarem concentrados na União e os serviços com os municípios sem o recurso necessário para fazer funcionar de maneira adequada. O que fazer? Sugiro que a União reassuma os serviços essenciais e de grande relevância, como saúde e educação. Faça um plano nacional e execute através do seu grande orçamento que é repassado a pinga gotas, através de emendas sempre insuficientes aos municípios brasileiros.

 

Ou, então, faça valer de uma vez o discurso de campanha do presidente Jair Bolsonaro “Mais Brasil e menos Brasília” e faça o dinheiro ser descentralizado de uma vez para chegar na ponta onde o serviço é executado, onde de fato as pessoas vivem, as cidades. O risco disso, é o presidente descentralizar e transformar em uma guerra política e ideológica, acusando prefeitos e governadores de mau uso de recursos públicos. Seria uma briga sem vencedores e que atrapalharia ainda mais o Brasil.

 

A União vai precisar, por um bom tempo, abolir o discurso de equilíbrio fiscal e ser o estado brasileiro o grande propulsor da retomada da economia, fazendo investimentos nos agentes multiplicadores, tais como, obras de infraestrutura, programas de transferência de renda, programas de incentivo ao agro negócio e etc, gerando os empregos necessários e também gerando para si receitas oriundas da circulação de recursos do próprio governo e da iniciativa privada.

 

Procuro ser bastante realista e não faz parte do meu perfil vender ilusões ou criar cenários para agradar quem quer que seja, o que vejo a frente, infelizmente, é uma recessão profunda que só pode ser superada com unidade entre os diferentes. Se os políticos insistirem na velha tática do “nós contra eles”, temo que o “eles” continue sendo milhões de brasileiros.

 

No início desse ano, foi assinada por órgãos estaduais a licença de instalação para a segunda usina termelétrica da empresa Gás Natural Açu (GNA) no Complexo Portuário do Açu em São João da Barra. A primeira já está em construção e, com a conclusão da segunda usina, as duas farão com que o complexo termoelétrico seja o maior da América Latina, prometendo gerar muitos empregos para a nossa região.

 

A licença de instalação, na verdade, é uma das etapas do licenciamento ambiental, pois autoriza a construção do empreendimento. Além disso, fixa um cronograma para execução de eventuais medidas mitigadoras e para implantação de sistemas de controle ambiental que farão parte de todo o processo.

 

Vale lembrar que o Porto do Açu começou a operar em outubro de 2014 e, atualmente, é o maior ponto de apoio logístico para as operações que passam pela Bacia de Campos, usado por vários prestadores de serviços e também para o transbordo do petróleo, pois conta com uma localização geográfica privilegiada para essas áreas.

 

Podemos dizer que, em linhas gerais, as usinas termoelétricas são construídas para a geração de energia elétrica a partir de produtos combustíveis, como: óleo combustível, óleo diesel, carvão natural, bagaços, madeira, gás natural e até mesmo urânio enriquecido. Elas são um bom recurso estratégico para o setor elétrico do Brasil, pois suprem as necessidades energéticas, por exemplo, durante os períodos de seca, quando as hidroelétricas não conseguem atender a demanda da nossa população.

 

Vislumbro os empreendimentos no Complexo Portuário do Açu como de suma importância para alavancar a empregabilidade e ajudar na retomada da economia regional do pós-pandemia. Empreendimentos desse porte acabam atraindo a chegada de mais empresas, contribuindo para incrementar ainda mais a oferta de emprego e renda, reduzindo, assim, o desemprego e elevando o nível de renda das pessoas.

 

Para se ter uma ideia, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, a taxa de desemprego era de 12,6% em abril desse ano, mas os especialistas estimam que pode alcançar a marca negativa de 18% até o fim de 2020.

 

Enquanto a pandemia ainda é uma realidade, as soluções para a economia brasileira pós-pandemia ainda estão no campo das propostas. Mas, sem dúvida alguma, os empreendimentos localizados no Porto do Açu serão de muita importância nesse novo contexto, que fará parte de um futuro bem próximo da região Norte do Estado do Rio de Janeiro.

 

Vamos trabalhar e torcer. Sigamos em frente!

Publicados hoje (04) na Folha da Manhã

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