Criminosos invadem contas do WhatsApp para pedir dinheiro aos contatos das vítimas


Golpe do WhatsApp afeta diversos usuários brasileiros. App recomenda ativação da verificação em duas etapas.
Criminosos estão invadindo contas do WhatsApp e usado a lista de contatos para pedir dinheiro aos amigos da pessoa hackeada.

Virou uma praga. O golpe do WhatsApp contaminou até os celulares de quem se considerava imune aos estelionatários.

“Estava me preparando pra sair pra ir trabalhar, apressado, eu só queria me livrar da ligação. E a pessoa era de fato contundente, falava bem, de forma articulada, e aí você vai indo no papo sem desconfiar”, conta Natan.

O número dele estava em um anúncio de um carro na internet. O golpista disse que trabalhava no site e podia facilitar o contato com os compradores. Só precisava da confirmação de um código.

“Eu passei esse código na ligação. No mesmo instante a ligação ficou muda, acabou caindo e na hora eu pensei q poderia ser alguma coisa. “

Com esse código, os criminosos invadiram a conta do Natan no WhatsApp. Enquanto ele não conseguia mais falar com ninguém, os golpistas mandavam mensagens pedindo dinheiro. Mas, dessa vez, escorregaram no português e os amigos desconfiaram.

Mas há uma segunda vítima: a do estelionato. É a pessoa que recebe mensagens como “meu limite estourou, pode fazer um depósito?” ou “tive um problema com meu pai, preciso de um empréstimo” e faz as transferências para contas desconhecidas.

“Desde o momento q me ligaram até o depósito das pessoas, todo mundo ali parecia um pouco hipnotizado pela velocidade da informação, pela questão do próprio celular que tira muito da nossa atenção, toda a questão da distração e no final das contas eu tive três amigos com prejuízo”, diz Adriano.

O WhatsApp não responde questões de segurança. Apenas recomenda a instalação da verificação em duas etapas.
O especialista em segurança digital Roberto Rebouças, diretor geral da Kaspersky, diz que os criminosos aprenderam que a personalização do golpe funciona.

“Eu garanto que qualquer um acessando três ou quatro mídias sociais suas, mandar um e-mail ou uma mensagem personalizada o suficiente com o que você gosta, onde você vai geralmente almoçar ou jantar, com as pessoas que você sai, onde você passou férias, porque a gente posta isso. Nós damos as próprias pistas. A gente está muito mais vulnerável do que a gente acha, infelizmente.”

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