Estudantes do IFF trancam portões e paralisam aulas


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Ocupação acontece desde o dia 11 de novembro, mas até essa quinta-feira (08/11), as aulas estavam acontecendo normalmente
Estudantes que participam da ocupação do Instituto Federal Fluminense (IFF) decidiram trancar os portões do campus Centro e impedir as aulas desta sexta-feira (09/12). A ocupação acontece desde o dia 10 de novembro, mas até essa quinta-feira (08/11), as aulas estavam acontecendo normalmente.  
Segundo os alunos, “na atual conjuntura em que vivemos, entendemos a urgência de militar com ações mais intensas e práticas. A PEC 241/55 avança no senado e caminha para sua votação final, ementa esta, que se aprovada, legitima a precarização dos serviços públicos, como saúde e educação. Nós, ocupantes, nos sentimos enquanto agentes da luta necessária que se trava em nosso país”.
A paralisação está prevista para durar 20 horas e além da PEC 241/55 os estudantes reclamam da crise econômica no Estado do Rio, que de acordo com eles “coloca em ameaça 54 escolas estudais do município de Campos”.
A Polícia Federal, em Campos, foi acionada e esteve no local tentando negociar com os estudantes, mas como não houve diálogo, a delegada Carla de Melo ordenou que os agentes da PF arrombassem os cadeados e abrissem os portões. A PF saiu do local por volta das 13h30 e, segundo informações, os alunos teriam conseguido novos cadeados e correntes e trancado novamente as entradas de acesso à instituição.
O presidente do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Paulo Caxinguelê comentou que o ato desta sexta-feira (09/12) vem de encontro à votação do segundo turno da PEC, que congela os gastos por 20 anos. 
“Eles [alunos] resolveram fazer uma paralisação generalizada de 20 horas (das 4h às 0h) sem entrar e sair ninguém da instituição. Acontece que, os alunos da engenharia começaram a tumultuar e um servidor foi na Polícia Federal e fez a denúncia, foi quando apareceram três policiais federais e mais a delegada, Carla de Melo, sem mandado nenhum e mandando os policiais com alicate arrombar os portões”. A confusão generalizou e a Polícia Militar teve de ser acionada para conter os mais exaltados.

Caxinguelê julgou como arbitrária e prepotente a atitude da delegada Carla de Melo. “Nós [do Sinasefe] estamos apoiando o ato dos alunos. Todos estão apoiando os alunos, o reitor, o diretor do campus Centro, os professores. Só que a Polícia Federal chegou de maneira prepotente, sem mandado e não poderia fazer o que ela fez”, lamentou.
Site Ururau tentou, por telefone, falar com a delegada da Polícia Federal, mas ela já não se encontrava mais na sede da PF.
INSTITUTO FEDERAL FLUMINENSE FALA SOBRE A MANIFESTAÇÃO
O Instituto Federal Fluminense (IFFluminense) vem a público informar que parte dos estudantes do Campus Campos Centro deliberou por uma manifestação no dia de hoje, 09 de dezembro de 2016, intitulada como Trancaço, paralisando as atividades e a entrada de servidores e alunos no campus por 20 horas. Este ato integra o movimento Ocupa IFF, no qual estudantes ocupam, pacificamente, o campus desde o dia 11 de novembro, após deliberação em assembleia, sem interrupção das atividades acadêmicas, em protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 nº 55, que limita o crescimento dos gastos do Governo Federal a um teto por 20 anos, entre outras medidas, e a Medida Provisória (MP) nº 746/2016, que propõe a reestruturação do Ensino Médio.
 A Reitoria e a Direção Geral do Campus Campos Centro do IFFluminense entendem que o movimento Ocupa IFF é legítimo e vem ocorrendo em todo o Brasil como uma ferramenta reivindicatória e importante para o amadurecimento e formação política e cidadã dos nossos estudantes e para a reflexão sobre os impactos de uma limitação orçamentária voltada à educação pública, gratuita e de qualidade. A posição dos dirigentes desta instituição frente à mobilização sempre foi e continua sendo pacífica e de diálogo constante com os manifestantes, primando pela proximidade e organização dos atos, e de repúdio a qualquer outra ação que coloque em risco a integridade física dos alunos e servidores, além da preservação do patrimônio público.
 Esta instituição esclarece, ainda, que continuará acompanhando a mobilização até o final, com o propósito de possibilitar que as posições adversas possam sempre coexistir, que os diferentes interesses sejam preservados e que quaisquer transtornos às atividades acadêmicas e institucionais do campus sejam devidamente compensados.
 A Reitoria do Instituto Federal Fluminense, por meio do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), já tornou pública sua posição acerca da PEC e da MP, disponível AQUI.
Fonte: Ururau
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